Arranjei emprego!

~~ Olá a todos ~~

devo confessar que tinha imensas saudades de voltar ao blogue, mas passei por algumas mudanças na minha vida que me fizeram abdicar de coisas que eu gosto de fazer. 

Quem me segue no Instagram - e quem não segue, faça o favor de seguir ⇶  OLHE, DESCULPE! - sabe que houve mudanças recentes na minha vida. Em novembro, percebi que havia muito mais a afetar-me psicologicamente do que aquilo que eu pensava. A universidade não estava a ir bem. Voltei a não me relacionar com os meus amigos. Desmarquei as consultas de nutrição e hipnose. Voltei a isolar-me e a só querer estar sozinha, enrolada numa manta a ver séries. Esta é a minha zona de conforto e é para lá que vou quando algo corre menos bem. Daí o meu PC ser, basicamente, a minha sombra. 

Tive uma recaída.

Depois de eu perceber que nada estava a correr bem, parei para pensar e cheguei à conclusão de que realmente teria que haver um ou mais motivos para este caos estar a acontecer. Vai daí que fiz uma espécie de throwback na minha vida para perceber aquilo que tinha mudado quando tudo começou a correr mal. Demorei a perceber, mas consegui. Consegui perceber que eu tinha tudo. Uma família, amigos, o melhor namorado, oportunidade para estudar, etc; mas não tinha o mais importante: realização pessoal

Chegou aquela altura em que estamos cansados de estudar. Durante uns anos é bom sim... Mas cansa. Já dizia (e diz) a minha mãe que "Tudo o que é demais é moléstia". Toda a gente (ou a maioria) diz "Ai aproveita a universidade porque são os melhores anos da tua vida", "Ai quando começares a trabalhar só vais querer é que o tempo volte para trás", etc etc. Todos vocês já ouviram estas frases de certezinha. Pois ... a universidade foi boa pra mim durante uns dois anos. Tinha aqui os meus amigos, o meu namorado. Conseguia focar-me nos estudos e na minha vida pessoal em simultâneo. Entretanto os meus amigos foram acabando os cursos deles, o meu namorado também e eu... fiquei. A partir daí talvez não tenham sido os melhores anos da minha vida não, até porque foi quando surgiram os problemas familiares e tudo se tornou uma grande bola de neve. Foi aqui que eu percebi que tudo o que estava associado à universidade - incluindo os meus amigos e momentos de (suposta) diversão - me trazia ansiedade.

Depois de chegar à conclusão daquilo que me faltava, chegou a altura de pensar como atingi-lo. Depois de debater o assunto com a minha mãe, chegámos à conclusão que, uma vez que eu só tenho duas cadeiras neste semestre, tenho muito tempo livre e toda a gente sabe o que é que acontece quando temos tempo livre a mais. Começamos a matutar naquilo que não devemos. No que não tem solução. No que já aconteceu. No que temos medo que aconteça. Tudo isto são pensamentos destrutivos. Não nos acrescentam e por isso devem ser eliminados. Para isso acontecer, eu teria que ocupar o meu tempo livre. Decidimos, então, que eu iria tentar arranjar um emprego a tempo parcial ou mesmo a tempo inteiro e tentar conciliar com as aulas. A ideia era tentar conciliar os dois. Não sendo possível, focar-me no emprego e deixar a universidade "de lado" até que me sentisse melhor a nível psicológico para voltar ao foco. Não congelei a matrícula e comprometi-me a continuar este ano na universidade e, mesmo não conseguindo assistir às aulas ou ir aos testes, esforçar-me para os exames.


Passou o 17 de novembro. Os mais atentos sabem que este ano foi uma data muito especial para mim 💓  


Chegou o fim do mês e eu decidi agir. Entreguei mais de 50 currículos em dois dias e no dia seguinte tinha duas entrevistas marcadas. As duas seriam no dia seguinte, com aproximadamente 1h de intervalo. Não será preciso dizer que fiquei SUPER contente e até emocionada com a oportunidade que a vida me estava a dar. Fui dormir feliz. Percebi que fiz algo por mim, pelo meu futuro e mesmo pelo meu presente. Quem me lê, sabe que sou pessoa de fazer pelos outros e nunca por mim. Daquela vez fiz por mim. Fiz porque sabia que me estava a afundar e precisava de vir à tona. 

No dia seguinte, recebi uma chamada dos Recursos Humanos do grupo VCN para iniciar o período experimental na loja da Tiffosi, em Vila Real.  

A minha reação ... 
...foi um misto de emoções e sentimentos. Quando recebi a chamada, fiquei hiper feliz. Liguei logo à minha mãe e ao meu namorado e comecei a dançar e a cantar. Alegria por todo o lado! MAS... depressa me caiu a ficha. Havia prós e contras. Cheguei a fazer uma lista dos mesmos. A minha maior preocupação era não ter fins-de-semana. Não pelo descanso, mas sim pela família do meu namorado e pela minha avó. Percebi ali que toda a minha rotina seria virada do avesso. E vocês sabem o que me acontece quando me alteram a rotina, certo? Num espaço de largos meses, nunca me tinha sentido tão ansiosa. Tive várias crises de ansiedade naquele mesmo dia. Não sabia o que fazer. Por um lado, tinha o emprego que sempre quis para começar. Adoro roupa, adoro organização, adoro trabalho de equipa e acima de tudo, adoro a interação com os clientes. Tinha o tempo livre finalmente ocupado. Um emprego perto de casa. Num sítio limpo. Por outro lado, tinha a falta de tempo com os que amo e a mudança da minha rotina. - devo dizer que a minha rotina era pura e simplesmente acordar, comer, dormir, ver séries e de vez em quando, tomar banho. Nem para isso eu tinha motivação. 

Parei e pensei "O que é que pesa mais na balança? O tempo com os que amas ou a tua saúde?". Depressa percebi que era claramente a minha saúde. Sem saúde eu não conseguia sequer ter tempo de qualidade com os que amo sem uma crise de ansiedade ou sem chorar apenas porque sim. A minha decisão foi tomada em conjunto com a minha mãe e o meu namorado. Decidi que sim. Eu acredito que nada acontece por acaso. Verifiquei o processo todo desde o início. Eu queria o tempo livre ocupado. Queria um emprego. Dinheiro extra. Ajudar a minha mãe com as despesas da universidade. A vida tinha acabado de me dar essa oportunidade por chamada telefónica. Como é que eu poderia recusar se tinha tudo à minha frente? Era só a ansiedade a puxar-me para trás. 

Fui mais forte que ela.
E aceitei.
E não consigo dizer o quão feliz estou. O quão realizada me sinto. Adoro o que faço, adoro os meus colegas.

Há imensos fatores que podem deixar-te sem vontade de ir trabalhar. O trânsito, os colegas de trabalho, os chefes, o tempo que demoras a chegar ao trabalho, o ambiente que se vive no trabalho, se tens farda ou não e essencialmente se gostas do que fazes. Eu sou tão feliz por poder dizer que nenhum destes fatores é motivo de queixa para mim. 

Com isto, quero só deixar a mensagem de que se a vida nos dá uma oportunidade, temos que a agarrar. 

Agarra a vida com tudo o que tens. Não tenhas medo da mudança. Tem fé de que tudo o que possa acontecer será para melhor. Das duas uma: ou vences, ou aprendes. É sempre isto que tenho em mente. Se as coisas não estão a correr como tu queres, muda o teu rumo. Sem nunca te esqueceres de tirar uma lição daquilo que não correu assim tão bem. Pára e pensa porque é que não correu bem. Se foste tu, fatores externos ou mesmo os dois em simultâneo.

É quando sentimos que a vida nos está a fugir que menos forças temos para a puxar para nós. Procura a força dentro de ti. E quando digo isto, digo que tens que procurar o que te faz feliz. Quando estiveres feliz, terás força. Uma vez forte, nada te derruba e a vida volta para ti mesmo sem pedires.

Cuida de ti.

Com carinho,
Rita

Comentários