DIETA vs REEDUCAÇÃO ALIMENTAR


Este é o o cenário da vida de quase toda a gente. É raro estarmos satisfeitos com os valores que aparecem na balança, com as medidas do nosso corpo, com a nossa aparência. Todos temos complexos, seja com o pneuzinho ali na barriga, a gordura localizada ali debaixo do rabiosque, a flacidez junto aos joelhos, a celulite que teima em se alojar nas coxas. A roupa que servia e deixou de servir. As amigas que são mais magrinhas e não queremos aparecer na foto porque todos vão reparar naquilo que nos deixa desconfortáveis. Tantas coisas que nos deixam a pensar. Tantas coisas que temos medo que os outros reparem e na maioria das vezes até passa mesmo é despercebido.
Pois bem, é tempo de pensar não no peso, mas sim na nossa saúde. Nas medidas que o nosso corpo apresenta quando nos é colocada uma fita métrica à volta. Esses realmente têm importância na nossa saúde, bem como a percentagem de água, de massa magra, de massa gorda e por último e mais importante, a gordura visceral.

AS DIETAS
Quando entramos num processo de perda de peso, é muito natural e frequente começarmos nós mesmos a mudança. Ou porque não se quer gastar dinheiro em profissionais, ou porque não queremos estar restritos ao que nos deixam comer ou mesmo porque sabemos que perdemos imenso peso e dias depois do final da dieta - ou de desistirmos - voltamos a ganhar o peso todo de volta. O que é que fazemos? Cortamos os hidratos de carbono e alguns açúcares. Sem arroz, sem massa, sem batata, sem pão. Acreditamos que é isso que nos vai fazer perder peso. E realmente é. Se cortarmos nos HC, é imediata a perda de peso. Por curiosidade, sabem que quando perdemos peso, não perdemos só massa gorda? Perdemos também massa magra. E não é isso que nenhum de nós quer - falarei mais à frente sobre o assunto. Entramos em dietas malucas, dietas sem fundamento. Pior, há nutricionistas que nos aconselham exatamente a fazer dietas deste género. "Ah e tal, cortamos nos HC e ficas aí impéc daqui a uns tempos." É aliciante. E mentira. Daqui a uns tempos estamos impéc. Flácidas, com peles a balançar, desidratados, sem nutrientes, sem vitaminas. E depois deste estado impéc, ainda mais impéc ficamos assim que metermos uma colher de HC à boca. Os valores da balança sobem logo. Quilos e quilos que se acumulam com a mesma rapidez que os perdemos.

O processo desenrola-se mais ou menos nesta sequência:
  1. Comíamos de tudo, sem cortar em HC nem açúcar.
  2. De repente, cortamos nos HC e açúcar (que é o que, em excesso, faz engordar)
  3. Quando começamos a comer HC e açúcares de novo, engordamos tudo outra vez.
A isto chama-se o efeito sanfona. É um nome feio não é? Mais feio é o que acontece. Verifica  ↙

O que é o efeito sanfona?
Isto acontece quando se engorda bastante depois de uma perda brusca de peso. Quando há uma perda rápida de gordura, o corpo começa a desacelerar o metabolismo, de forma a garantir a energia necessária para desempenhar as funções necessárias. Quando pensamos que estamos a perder peso, estamos só numa luta contra o nosso próprio corpo. Assim que a restrição de HC acaba, o metabolismo pode não voltar ao normal (é o mais frequente de acontecer) e consumimos mais kcalorias com um metabolismo mais lento. Isto vai provocar um aumento de peso imediato.

Consequências do efeito sanfona:
  • flacidez
  • estrias
  • problemas de pele
  • problemas de coração e pâncreas
  • frustração
  • baixa autoestima
  • sentimento de culpa
  • etc.
Como evitar o efeito sanfona?
De forma a evitar este efeito, devemos recorrer aos serviços de um/a profissional que nos ajude a nos reeducarmos a nível alimentar.

Conheces a diferença entre DIETA e REEDUCAÇÃO ALIMENTAR?
Numa dieta:
  • tens um "prazo de validade" determinado, ou seja, ao fim de X meses atinges o teu objetivo e deixas de seguir o plano;
  • o menu que te alimenta é restrito, ou seja, há alimentos que não podes ingerir.
Numa reeducação alimentar:
  • o objetivo principal é educar o corpo e o cérebro a alimentar-se melhor, ou seja, comes de tudo, mas de forma consciente para que consigas perceber quais os alimentos que podes comer em maior ou menor quantidade;
  • não és privado de alimento nenhum;
  • existe uma perda de peso lenta e gradual (e definitiva) sem sacrifícios;
  • os hábitos alimentares são alterados de forma definitiva, ou seja, aprendes a comer tudo nas quantidades e horas certas.
A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR
Num processo de reeducação alimentar, tu entendes quais os alimentos que fazem bem ou não tão bem ao teu corpo e possíveis intolerâncias alimentares que possam existir.
Sentes enjoos? Fazes retenção de líquidos? Fichas inchado/a? Com refluxo? Mal disposto/a? Intestinos com função irregular? É possível que tenhas alguma intolerância alimentar.
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O que é a intolerância alimentar?
Trata-se de uma reação adversa aos alimentos que não envolvem o sistema imunitário e que podem resultar, por exemplo, de défice de enzimas. Por exemplo, quando existe uma intolerância à lactose, existe um défice da enzima lactase.
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Neste processo é preciso entender os diversos tipos de alimentos. Existem quatro:
Os alimentos amigos.
São a chave de uma alimentação saudável.
Exemplos: hortaliças, verduras, carnes magras, ovos, cogumelos.
→ incluir em todas as refeições

Os alimentos aceleradores.
Aceleram o metabolismo.
Exemplos: gengibre, café sem açúcar, canela.
→ incluir em pelo menos 1 refeição/dia

Os alimentos moderados.
Ricos em vitaminas e minerais.
Exemplos: cereais, oleaginosas.
→ comer com moderação. Não é proíbido, mas também não é totalmente liberal

Os alimentos sabotadores.
Atrapalham o emagrecimento.
Exemplo: pão, farinhas, bolos, açúcares, refrigerantes.
→ devem ser evitados sempre que possível
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DICAS:
  • não deixes de comer NUNCA
  • come mais verduras e frutas
  • bebe bastante água
  • faz mais refeições com menos quantidade de comida
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Como é que o meu processo de reeducação alimentar começou?
Depois de me consciencializar de que eu precisava de mudar o meu interior e não apenas o exterior, depois de perceber que tinha de tratar o problema e que as consequências viriam a ser resolvidas por arrasto, depois de tentar 3 vezes fazer dietas, decidi tentar uma nova abordagem. Informei-me com a Dra. Diana, que me acompanha há aproximadamente um mês. Com ela faço nutrição e hipnoterapia. Comecei pela reeducação de ingestão de água - alterou bastante os meus valores e medidas, exceto o peso, que aumentou uns gramas. Na segunda consulta tive o meu plano alimentar e posso comer de tudo. Para mim, que tenho compulsões, é super importante poder comer de tudo, porque não me faz sentir falta de açúcar e estou sempre saciada. Nestas 2 semanas (desde que tenho o plano), tive 2 episódios de compulsão alimentar. Para mim é uma vitória muito grande. Sinto-me a mudar a todos os níveis. Para além da nutrição e hipnoterapia, percebi que sem exercício físico o processo não só iria ser muito mais lento, como também iria continuar numa vida sedentária. Se o meu objetivo era reeducar-me, decidi iniciar estes 3 processos: nutrição, hipnoterapia e exercício físico pelo menos 3 vezes/semana.

Comigo está a resultar e sinto-me anos mais nova. A minha resistência melhorou, os meus problemas respiratórios estão a abrandar a nível de sintomas, já consigo correr, a roupa está a ficar mais larga. Sinto-me mais feliz e realizada. Com vontade de abrir os olhos todos os dias. 
Esta decisão só teve repercussões positivas na minha vida.

E tu? Já mudaste a tua vida?

Rita
 


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