A Rita

Olá.

O meu nome é Rita e vou utilizar a minha primeira publicação como forma introdutória. 
Tenho 23 anos e sou de Cabeceiras de Basto - uma pequena vila no norte de Portugal, no distrito de Braga. Estudei em Cabeceiras, em Amarante e agora estudo em Vila Real na UTAD. Estou a finalizar o curso de Gestão.

Posso dizer que já tenho umas quantas histórias para contar aos meus netos! Quando tinha 13 anos, o meu pai faleceu. Foi suicídio. Deixou-nos dívidas por todo o lado e eu e a minha mãe ainda hoje vivemos com elas. O meu pai faleceu em agosto e em dezembro a minha mãe decidiu emigrar. Era impossível ficar a trabalhar em Portugal e as nossas contas estavam a zero. Costumo dizer que não conheço ninguém com tanta coragem como ela e cada vez mais tenho certeza disso. Eu fiquei em Portugal para continuar os meus estudos. Fiquei a viver com os meus tios - a irmã do meu pai. Corria tudo bem até ao dia em que percebi que os meus tios se iam divorciar. Com muitas histórias problemáticas no entretanto, eu e os meus primos fomos os que aguentámos com elas, o que me trouxe uma depressão. Passado algum tempo e já com mais maturidade, resolvi sair de casa dos meus tiose ir viver com a minha avó - para o meu próprio bem. Tudo começou aqui, com este divórcio e com a dificuldade em fazer o luto do meu pai.


Como é que eu descobri que tinha uma depressão?
Uma altura, o meu sistema gastrointestinal começou a funcionar muito mal. Eu andava sempre inchada, com dores de cabeça, mal-humorada, etc. Decidi ir a um médico de clínica geral ver o que se passava. Quando fui consultada, o médico receitou-me uns frasquinhos para os intestinos, medicação para o estômago e disse "Vou-te encaminhar para um psicólogo porque o resto não é comigo, ok?". Bem... eu fiquei a achar que ele estava maluco. Eu só perguntava "resto? que resto?" até que ele me disse que era muito provável que eu tivesse uma depressão já em estado avançado e o psicólogo iria tratar dessa vertente. Continuei a achar que ele não estava a jogar com o baralho todo. E eu fui ao psicólogo. Foi quando percebi que realmente alguma coisa de errado se passava comigo. Nestes casos é preciso criar empatia. Caso contrário as consultas são passadas com constrangimento do início ao fim. Não senti nenhuma empatia com o psicólogo. Nada contra o senhor, que me parecia muito boa pessoa e esforçado até. Mas nao funcionava para mim. Depois de algumas conversas com a minha mãe, percebi que um psicólogo não seria o mais indicado, mas sim um psiquiatra. Marquei uma consulta com um psiquiatra e fui a umas 3 consultas com ele. A primeira correu bem, ele receitou-me alguma medicação e até me deu algumas dicas sobre como me controlar em determinadas situações. No espaço de 1 mês, a medicação ofereceu-me 20 quilos (que querida, não acham?). *

NOTA: JÁ TINHA ENGORDADO 20 QUILOS COM A PÍLULA DIANE35 EM 12 MESES.

*Propus ao doutor alterar a medicação porque estava a engordar a cada dia que passava. "Rita isso é impossível, esta medicação nem engorda! Não te vou alterar a medicação." - "OK... nâo alteras a medicação, vou-me embora." E fui. Nunca mais quis ser seguida por aquele médico. Fui um bocadinho irresponsável e deixei a medicação até marcar consulta com outra psiquiatra. Tudo corria bem com essa doutora, até ao dia em que os meus horários não eram compatíveis com os dela e tive que mudar (mais uma vez) de médico. Comecei a ser seguida no Porto por uma psiquiatra especializada em depressão e ansiedade. Alterou-me a medicação, comecei a tomar outra, passei uns processos complicados com a nova medicação, mas foi ela que me ajudou a estar em pé. Alguns de vocês podem pensar "que triste que é termos que tomar medicação para podermos estar em sociedade". Pois é. Mas se não fosse isso eu nem amigos tinha. Nem estava aqui hoje. Atualmente, já deixei dois dos comprimidos e estou a entrar no processo de desmame do outro.

Devo dizer que eu tinha um grave problema - o de querer resolver os problemas alheios. Sempre que havia um problema com terceiros era eu que tentava resolver e se não conseguisse entrava em pânico. Depois do divórcio dos meus tios, surgiu ainda outro. O divórcio do tio com quem melhor me dou, que também é um irmão do meu pai. Cheguei a ter discussões com a minha mãe porque ela sabia que eu iria voltar a ficar mal psicologicamente - e eu tinha acabado de me "curar" do divórcio anterior. Desta vez fui eu quem não deixou que o meu psicológico ficasse afetado e hoje sei lidar muito bem com os problemas dos outros. Sei que são eles que têm que os resolver. 

Hoje sou uma pessoa mais madura e que compreende o que me rodeia, sem rodeios. 

Estes 40 quilos que ganhei nunca chegaram a sair do meu corpo. Aliás, nunca saíram ora por desleixo meu, ora porque o psicológico os quer aqui. Recentemente decidi fazer uma mudança na minha vida e consultei a Dra Diana Vilela que me vai ajudar com hipnoterapia e um plano alimentar à minha medida para que eu volte a ter saúde e autoestima. Para que me sinta bem comigo mesma. Não referi, mas eu tenho episódios de compulsão alimentar muito frequentes, que se não forem resolvidos, nunca me vão deixar perder peso. 

Aqui estou eu, pronta para este desafio e mais consciente do que nunca.


"Na vida aquilo que fizeres será insigificante, mas é muito importante que o faças pois mais ninguém o fará por ti."
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Rita

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