A Saúde Mental


Este é, provavelmente, o assunto que mais me sensibiliza quando é falado.

Hoje é o dia internacional da saúde mental - sim, há dias para tudo. O dia da avó que é reumática, o do gato que caiu da janela, o dia da couve-flor. Mas este dia merece destaque por todos nós.

Quando falo em saúde mental, não falo só do psicológico. Falo do físico: das dores de cabeça que não se sabe de onde vêm, da falta de vontade de ir ter com os amigos, da vontade de ficar isolada no quarto por ser o único sítio onde me sinto segura e sem julgamentos, da vontade de chorar sem motivo aparente, do mau-estar, dos vómitos, da diarreia ou da prisão de ventre, o peso a mais, a dificuldade em emagrecer com saúde, o cansaço que não me larga. A falta de saúde mental influencia tudo em nós. Todo o nosso quotidiano e por vezes é tão difícil explicar isso aos que nos rodeiam.

A doença mental pode existir de tantas formas. A ansiedade, a depressão, a autoagressão, o suicídio, a bipolaridade, a perturbação ou transtorno obsessivo-compulsivo, a esquizofrenia, os vícios - álcool, drogas, tabaco. Tenho a certeza que todos vocês conhecem pelo menos uma pessoa com pelo menos uma destas condições. E muitas vezes, não se apercebem. Apenas reparam que a pessoa anda estranha e simplesmente afastam-se. Na perspetiva do doente, por vezes torna-se complicado perceber que existe algo de errado. Os sintomas não são assim tão visíveis nem claros; e é normal de se achar que se trata de algo errado com o nosso organismo e não com a nossa cabeça.

Estes são alguns dos sintomas de uma perturbação mental:
* Perda de interesse ou abandono do convívio com as pessoas habituais.
* Mudança na maneira habitual de funcionar (na escola, trabalho ou em casa).
* Problemas de concentração, memória, ou do pensamento lógico e da maneira de falar difíceis de explicar.
* Maior sensibilidade ao som, luz, cheiros e evitamento de locais barulhentos.
* Falta de vontade ou desejo de participar nas atividades habituais, ou apatia.
* Uma vaga sensação de estar desligado de si próprio e dos que os rodeiam; uma sensação de irrealidade.
* Crenças pouco habituais ou exageradas acerca de poderes pessoais em compreender significados ou de mudar acontecimentos;
* Medo ou desconfiança dos outros ou uma estranha sensação de se sentir nervoso.
* Alterações graves no sono ou no apetite.
* Mudanças nos hábitos de higiene
* Mudanças grandes e rápidas nos sentimentos, ou nos níveis de energia. 
Fonte: http://www.saudemental.pt/perturbacao-mental/4589890629  

Eu fui buscar estes sintomas a um site que costumo visitar, mas afirmo que experimentei todos estes sintomas e ainda mais alguns. 
* sistema gastrointestinal completamente desregulado
* periodos de muito apetite ou de nenhum
* choro compulsivo
* automutilação
* stress muito elevado
* enxaquecas muito fortes

Todos os sintomas que referi são sinal de perturbação mental. Quando experimentados em simultâneo, não hesites e vai ter com um profissional. Sabes como é que eu fui diagnosticada? Tive uma enorme crise gastrointestinal associada a desmaios e decidi ir a um médico de clínica geral, que me encaminhou para um psicólogo depois de me ter receitado alguma medicação para a normal função do sistema gastrointestinal. 
Se queres saber mais sobre o meu processo, vai à minha página de instagram "Olhe, Desculpe!" no link junto ao título do blogue, na página inicial.

A saúde mental é um assunto que ainda é levado como tabu por alguns. Depois há quem ache que os psiquiatras são só para maluquinhos. Há quem não vá ser consultado por um por esse mesmo motivo. Tudo isso deve-se ao facto da não aceitação; que surge com a ajuda da falta de informação e com o facto de a doença mental não ser levada a sério. Isto não pode continuar a acontecer.

Se sentes algum dos sintomas acima indicados, por favor sente-te à vontade para falar comigo. Tens forma de me contactar através das minhas páginas de instagram- junto do nome do blogue na página inicial. O meu email também se encontra na página inicial do blogue. Não te julgo e só tenho vontade de te ajudar como eu fui e continuo a ser ajudada.

Deves seguir algumas "etapas" se verificares algum dos sintomas que indiquei.
  1. Procurar alguém com quem te sintas à vontade para falar abertamente sobre o que sentes;
  2. Procurar um especialista ;
  3. Aceitar aquilo que te for dito pelos profissionais de saúde;
  4. Aceitares-te a ti próprio;
  5. Se fores medicado, entender que não podes deixar a medicação de um dia para o outro é crucial. Existe o processo do desmame que tem que ser feito com o maior dos cuidados; 
  6. Procurar uma atividade que gostes de fazer e que te ocupe o tempo e, consequentemente, a cabeça.   

Rita









Comentários